O presente artigo aborda a representação da mulher indígena na obra Dois Irmãos, de Milton Hatoum, perpassando por uma discussão sobre o neocolonialismo na Amazônia, os surtos de crescimento de Manaus e a exploração das mulheres, tendo como referência a personagem Domingas. O objetivo principal é demonstrar como, ao longo de sua vida, ques tões de gênero, raça/etnia e as relações afetivas, construídas com a família, colaboraram para a manutenção de sua condição de servidão e invisibilidade. Além de evidenciar que, apesar desse contexto, ela encontra meios de resistir ao que lhe é imposto. Autoras e autores como Berta Becker (2013), Joan Scott (1995), Aníbal Quijano (2005) e Suzana Bornéo Funck (2014) contribuem para a compreensão d esse processo que resultou na construção do sentimento de subalternidade nas pessoas e nas nações colonizadas ou neocolonizadas. Desse modo, compreendemos no artigo que o pensamento decolonial é proposto como um caminho em direção à construção de uma autonomia individual e coletiva, capaz de transformar positivamente a vida dos envolvidos.
This article deals with the representation of the indigenous woman in the Dois Irmãos work, written by Milton Hatoum, through a discussion about neocolonialism in the Amazon, the growth outbreaks in Manaus and the exploitation of women, referencing Domingas character. The main objective is to demonstrate how throughout his life, issues of ge nder, race / ethnicity and affective relationships, built with the family, have contributed to the maintenance of his condition of servitude and invisibility. In addition to showing that despite this context, it finds ways to resist to what it is imposed on. Men and women authors such as Berta Becker (2013), Joan Scott (1995), Aníbal Quijano (2005) and Suzana Bornéo Funck (2014) contribute to the understanding of this process, which has resulted in the construction of a sense of subalternity in people and colonized nations or neo-colonized. Therefore, we understand in the article that the decolonial thinking is proposed as a path towards the construction of an individual and collective autonomy, capable of positively transforming the lives of those who are involved.