Este artigo investiga a concepção de duração em Bergson e suas implicações para a compreensão contemporânea da consciência, particularmente no contexto das dificuldades enfrentadas pelas ciências em reduzir esse fenômeno complexo. Inicialmente, exploramos os principais elementos da teoria bergsoniana da duração da consciência, incluindo sua irredutibilidade ao cérebro correspondente, sua natureza contínua e progressiva, sua heterogeneidade qualitativa e uma crítica sucinta ao associacionismo. Por meio desta análise, destacamos a duração como uma característica fundamental da consciência, especialmente na interação mente-cérebro. Em seguida, levantamos a questão: a dificuldade das ciências contemporâneas em reduzir a consciência pode ser elucidada pela noção de duração em Bergson? Embora reconheçamos a importância do avanço científico nesse domínio, Bergson argumenta que a compreensão genuína da consciência requer uma abordagem filosófica, uma vez que o impulso inicial para tal investigação emana da experiência humana interior. Assim, a questão da consciência permanece não apenas como um desafio científico, mas também como um problema filosófico profundo, exigindo uma reflexão contínua e uma correção de curso filosófica a partir dos avanços da ciência.
This article investigates Bergson's conception of duration and its implications for the contemporary understanding of consciousness, particularly in the context of the difficulties faced by the sciences in reducing this complex phenomenon. Initially, we explore the main elements of Bergson's theory of the duration of consciousness, including its irreducibility to the corresponding brain, its continuous and progressive nature, its qualitative heterogeneity, and a succinct critique of associationism. Through this analysis, we highlight duration as a fundamental characteristic of consciousness, especially in the mind-brain interaction. Next, we raise the question: can the difficulty of contemporary sciences in reducing consciousness be elucidated by Bergson's notion of duration? While we recognize the importance of scientific advancement in this domain, Bergson argues that a genuine understanding of consciousness requires a philosophical approach, since the initial impetus for such investigation emanates from inner human experience. Thus, the question of consciousness remains not only as a scientific challenge but also as a profound philosophical problem, demanding continuous reflection and philosophical course correction from the advancements of science.