A Lei Maria da Penha representou um avanço no que se refere aos direitos humanos das mulheres, conferindo desafios ao poder público para que se consolide uma ampla e eficiente rede de enfrentamento à violência contra a mulher. A lei inovou ao conferir ao Estado a responsabilidade da criação de Grupos Reflexivos de Gênero voltados para homens autores de violência. Nessa escrita, temos, como objetivo, analisar a emergência desses grupos reflexivos para homens autores de violência enquanto uma estratégia de governamento dos sujeitos. A pesquisa está subsidiada nos estudos pós-estruturalistas e foucaultianos. Para produção e análise dos dados, será utilizada a análise documental de documentos legais e regulatórios dos Grupos Reflexivos de Gênero por meio do conceito de governamentalidade. Pretendemos contribuir com a discussão acerca das práticas e saberes construídos em espaços que atuam na orientação de condutas dos sujeitos envolvidos nesses grupos reflexivos.
The Maria da Penha Law represented an advance with regard to the human rights of women, conferring challenges to the public authorities to consolidate a wide and efficient network for combating violence against women. The law innovated by conferring on the State the responsibility for the creation of Reflective Gender Groups aimed at men who are perpetrators of violence. In this writing, we aim to analyze the emergence of these reflexive groups for men who are perpetrators of violence as a strategy for governing the individuals. The research is supported by post-structuralist and Foucaultian studies. For the production and analysis of the data, documental analysis of legal and regulatory documents of the Gender Reflective Groups will be used through the concept of governmentality. We intend to contribute to the discussion about practices and knowledge built in spaces that act to guide the people’s conduct involved in these reflective groups.
