O presente artigo disserta sobre a importância da corporeidade do bebê na construção da simbolização e na ampliação da sua vida psíquica. Ele está embasado no referencial psicanalítico, em especial nas noções de movimento (KONICHECKIS, 2015) e de simbolização primária (ROUSSILLON, 2013, 2019). Para ilustrar tal perspectiva teórica, explanou-se um fragmento de observação de bebê, realizado a partir do método Esther Bick. Essa observação colocou em cena a relevância das sensações e do movimento para que o bebê se sinta em contato consigo e com o mundo e organize suas experiências psíquicas. Com base nas reflexões propostas, entende-se que um olhar atento a esses processos primários permite ampliar a compreensão sobre a construção de um senso de si, bem como lança luz para a riqueza do que está em formação na primeira infância.
This article discusses the importance of baby’s corporeity in the symbolization construction and in the expansion of his psychic life. The work is based on the psychoanalytic reference, in particular the notions of movement (Konicheckis, 2015) and primary symbolization (Roussillon, 2013, 2019). To illustrate such a theoretical perspective, a fragment of baby observation will be explained, carried out from the Esther Bick method. Such an observation points out the sensations and movement relevance in order the baby establishes contact with himself and with the world, organizing his psychic experiences. An attentive look at these primary processes allows broadening the understanding about the self-construction, as well as enlightening the richness of what is in early childhood training.
El presente artículo diserta sobre la importancia de la corporeidad del bebé en la construcción de la simbolización y en la ampliación de su vida psíquica. El trabajo está basado en el referencial psicoanalítico, en especial en las nociones de movimiento (Konicheckis, 2015) y simbolización primaria (Roussillon, 2013a, 2013b, 2019). Para ilustrar tal perspectiva teórica, será presentado un fragmento de observación de bebé, a partir del método Esther Bick. Tal observación pone en escena la relevancia de las sensaciones y del movimiento para que el bebé se sienta en contacto consigo mismo y con el mundo y organice sus experiencias psíquicas. Se entiende que una mirada atenta a estos procesos primarios permite ampliar la comprensión sobre la construcción de un sentido de sí mismo, así como destaca la riqueza de la primera infancia.