Esta reflexão resulta de nossa pesquisa sobre a polÃtica de educação profissional de nÃvel básico, modalidade não formal para trabalhadores pobres, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, no perÃodo de 2001 a 2005. Tem por objetivo analisar a empregabilidade enquanto estratégia do capital para a pulverização da classe trabalhadora, expressão do aprofundamento da polarização das qualificações, que impõe perfis de trabalhador que mudam, de acordo com as vicissitudes do mercado de trabalho. Aparentemente, existe uma contradição em que a noção de empregabilidade pode ser entendida como um instrumento de valorização dos conhecimentos do trabalhador, certificados no capitalismo, que sobrevive da elevação dos nÃveis de exploração. Interrogamo-nos se a empregabilidade é uma noção que contribui à valorização do trabalho ou um recurso de destituição do valor do trabalho e, consequentemente, de intensificação da exploração da mais-valia, e quais são as consequências da empregabilidade sobre o processo de pulverização da classe trabalhadora pelo capital. A hipótese é a de que a empregabilidade é uma noção construÃda na nova organização do trabalho toyotista, embora desde sempre o capital estabelece perfis de trabalhador a ser definidos como critério de recrutamento e seleção, e que tem servido a ratificar o argumento liberal da responsabilização do próprio trabalhador pelo desemprego, mas que, na verdade, se deve à s oscilações do mercado.