A Fibrose Cística (FC) é uma doença genética crônica que afeta vários órgãos e sistemas. O estudo buscou compreender a experiência da maternidade de mulheres vivendo com FC e as estratégias de enfrentamento durante a gestação e a chegada do bebê. Foi realizado um estudo qualitativo com dois casos a partir da análise de entrevistas semiestruturadas com mulheres da Região Sul do Brasil. As entrevistadas relataram medo, insegurança, preocupações em permanecer vivendo com os filhos. As mulheres tiveram vivências dramáticas no pós-parto, por causa de infecções decorrentes da FC e repercussões na saúde física e mental. Apesar dos desafios físicos, tornar-se mãe foi uma conquista que gerou esperança e motivação para continuar o tratamento da FC.A despeito do esforço emocional, elas lidaram de modo resiliente com a maternidade no contexto da FC, ora utilizando estratégias ativas, ora por meio do apoio social, o que facilitava a organização dos cuidados com os filhos e próprio tratamento. Conclui-se sobre a necessidade de acolher e compreender os aspectos subjetivos e do contexto social e familiar das mães vivendo com FC que lidam com um tratamento contínuo e desgastante.
Cystic Fibrosis (CF) is a chronic genetic disease that affects multiple organs and systems. The study aimed to understand the motherhood experience among women living with Cystic Fibrosis (CF) and their coping strategies during pregnancy and the arrival of the baby. A qualitative study was conducted involving two cases, based on the analysis of semi-structured interviews with women from the Southern Region of Brazil. The participants reported fear, insecurity, and worries about staying alive for their children. Women had dramatic experiences in the postpartum period, because of infections caused by CF and repercussions on physical and mental health. Despite the physical challenges, becoming a mother was an achievement that generated hope and motivation to continue the CF treatment. Despite the emotional effort, they dealt resiliently with motherhood in the context of CF, sometimes using active strategies, and sometimes through social support, which facilitated the organization of care for the children and their treatment. It is concluded that there is a need to embrace and understand the subjective aspects and the social and family context of mothers living with CF who deal with continuous and exhausting treatment.