Este artigo tem por objetivo apresentar como as mulheres trans usam becos, praias e rios na cidade da Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba, para configurar e negociar seus desejos e prazeres. Esses espaços são acionados de maneira estratégica para os encontros íntimos, nos quais a sexualidade manifestada é um grito incontido e o desejo escapa às nomenclaturas e o erotismo da satisfação dos desejos exerce um importante papel. Nesses encontros a moral não é negligenciada, é possível notar hierarquias das vontades e reciprocidades. O lazer e o prazer surgem como paradigma para pensar a arte de viver as sexualidades dissidentes, onde a nudez existente é a do desejo de corpos desidentificados dos padrões heteronormativos. Com isso, a hermenêutica de si permite que as trans tomem consciência da estética que aspiram empregar em sua realidade cotidiana e fazem de sua existência uma arte que dialoga com as desarticulações dos formatos de macho/homem, fêmea/mulher.
This article aims to present how trans women uses alleys, beaches and rivers in the city of Baía da Traição – PB, in North Coast of Paraíba, to configure and negotiate their desires and pleasures. These spaces are strategically driven for intimate encounters, in which manifested sexuality is an unrestrained cry end, the desire escapes nomenclatures, and the eroticism of the satisfaction of desires plays an important role. In these meetings the ethics are not neglected, it is possible to note hierarchies of wills and reciprocities. Leisure and pleasure arise as a paradigm for thinking about the art of living transvestity, in which the nudity that exists is the desire for bodies that are not identified by heteronormative patterns. In this way, the hermeneutics of itself allows the trans to become aware of the aesthetics they aspire to employ in their everyday reality, and make their existence an art that dialogues with the disarticulations of male/ man, female/ woman formats.