O presente artigo intenciona estabelecer discussões através de revisões bibliográficas que apontam o preconceito histórico da vida da população negra no Brasil em relação aos seus credos. Tendo em vista um cenário social, econômico e político na qual a grande maioria da população negra sobrevive em tempos difíceis, vivendo em um contexto pós-pandemia marcado pelo neoliberalismo. Nesse sentido, o artigo dialoga com teóricos importantes a respeito da temática, como Barros (1999), Bastides (2001), Brown (2019), Coutinho (2006), Guedes (2005) entre outros. Desse modo, mediante a discussão estabelecida defendo que é justamente nas memórias afetivas do coletivo do povo do terreiro de cultos de matrizes africanas, que a possibilidade de luta e sonho por uma sociedade mais igualitária para todos, torna-se uma utopia na qual me refaço, principalmente em diálogo com pensadores e pensadoras que acreditam no processo democrático como forma de relação humana, que não se sustenta no slogan “Brasil acima de tudo, Deus acimade todos!”
This article intends to provide discussions through bibliographic reviews that point out the historical prejudice of black people's life in Brazil in relation to their creeds, considering a social, economic and political scenario in which the vast majority of the black population survives in difficult times, living in a post-pandemic context marked by neoliberalism. Thus, the article dialogues with important theorists on the subject, such as Barros (1999), Bastides (2001), Brown (2019), Coutinho (2006), Guedes (2005) among others. Therefore, through the established discussion, I argue that it is precisely in the affective memories of the collective of the people from the terreiro of African Matrices’ cults, that the possibility of struggle and dream for a more equal society for all, becomes a utopia in which I emphasize, especially in dialogue with thinkers who believe in the democratic process as a form of human relationship, it's not supported by the slogan “Brazil aboves everything, God above everyone!”.