Através de uma breve análise histórica procuramos mostrar como a linguagem da quÃmica evoluiu independentemente de outras ciências até o final do século XIX. Até esta época os modelos quÃmicos eram
inteiramente incompatÃveis com a fÃsica. A partir da década de 1910, com o começo da elucidação pelos fÃsicos de alguns elementos da estrutura do átomo, os quÃmicos passaram a utilizar elementos de fÃsica atômica em seus modelos de ligação quÃmica. Mas só com o advento da mecânica quântica na década de 1920 passou a ser possÃvel, em princÃpio, basear modelos quÃmicos inteiramente em resultados de considerações teóricas de estrutura eletrônica. Entretanto, os problemas de interesse dos quÃmicos eram mais complicados do que os fÃsicos conseguiam tratar. Devido a estas dificuldades, foram formulados modelos simplificados. A escolha destes modelos simplificados pelos quÃmicos foi motivada apenas pelos critérios de disponibilidade, facilidade de uso, e pouca necessidade de estudo adicional. Este procedimento provoca inevitavelmente o surgimento de ideias e conceitos sem fundamento que hoje estão presentes em livrosâ€texto de quÃmica em todos os nÃveis. Alguns exemplos são discutidos onde se demonstra que o uso de funções de onda que tratam corretamente o problema da indistinguibilidade dos elétrons, fornece modelos qualitativamente coerentes e úteis. ConcluÃmos estabelecendo o real propósito da quÃmica teórica e propondo formas de melhorar o ensino de quÃmica.