Este artigo tem por objetivo investigar as características do termo “acervo”, visto que sua utilização e aplicação em materiais relacionados à Arquivologia não corresponde, muitas vezes, ao significado estabelecido no glossário da Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE). Diante disso, o estudo parte da descrição arquivística, perpassando as diferentes definições sobre Terminologia e algumas questões pertinentes à equivalência terminológica. A pesquisa configura-se metodologicamente como uma pesquisa básica do tipo descritiva, de natureza qualitativa, utilizando-se de fontes documentais, sendo a principal dessas a NOBRADE; também pode-se caracterizá-la como um estudo exploratório, visto a escassez de pesquisas sobre o tema. Ademais, a pesquisa caracteriza-se como interdisciplinar, por envolver termos apropriados pela Arquivologia com uma metodologia estabelecida pela Terminologia. A coleta de dados foi realizada com o auxílio de uma ficha terminológica adaptada às necessidades da pesquisa. A análise das relações de equivalência foi feita sob a ótica da Teoria Comunicativa da Terminologia. Como resultado, a análise captou a inabilidade do glossário da NOBRADE em transmitir o significado e a definição do termo “acervo” em seu uso real. Desse modo, a contribuição da pesquisa à comunidade científica, especialmente aos arquivistas e aos tradutores, reside no desenvolvimento de uma ferramenta (mesmo que de forma experimental) que auxilia na compreensão dos múltiplos significados que um termo possui em uma única língua, neste caso o termo “acervo”. Assim, o reconhecimento das diferentes dimensões conceituais que um termo pode assumir, enfatizando termos utilizados com frequência – como “acervo”, que é uma das sínteses do patrimônio cultural arquivístico e um dos principais objetos de ação do arquivista – favorece a pluralidade política dentro de uma área do conhecimento.