Trata-se de uma etnografia realizada na Câmara Municipal de São Paulo com o objetivo de compreender o processo de denominação de logradouros públicos. Reflete-se sobre o modus operandi do relacionamento parlamentar e destes com os demais públicos, configurando uma antropologia do Estado. Articula-se, ainda, o significado da outorga de nomes com processos sociais mais abrangentes de cunho classificatório, caracterizando uma antropologia da paisagem. Conclui-se pela indissociação e complementaridade dos processos políticos e classificatórios na atribuição dos nomes de logradouros, demonstrando como a história e memória contidas nestes são criadas na prática cotidiana do trabalho parlamentar.
This article discusses an ethnography held in the City Council of São Paulo in order to understand the process of naming public places. The modus operandi of the relationship among councilmen and between them and the public is examined, setting an anthropology of the State. Furthermore, the meaning of granting names is articulated with broader social classificatory processes, characterizing an anthropology of landscape. Political and classificatory processes of naming public places are inseparable and complementary, as we show how history and memory contained in these processes are created in the daily practice of parliamentary work.