No debate pós-conciliar sobre a relação entre fé cristã e mundo moderno, se constata que o processo de secularização no Ocidente cristão é irreversÃvel. O mundo ocidental tomou consciência de sua autonomia em relação à religião, ao cristianismo, à Igreja. Assume-se a tese de F. Gogarten: a secularização como consequência do impacto da fé bÃblica sobre a história. Desta forma, a teologia da seculariza ção abriu o caminho para a reconciliação do cristão com o mundo moderno e suas conquistas. Todavia, o mundo moderno que a fé cristã encontra é o mundo burguês, que relegou a religião ao espaço privado. Por isso, a teologia europeia buscou a sua superação na teologia polÃtica de J. B. Metz - a desprivatização da fé cristã pela conquista de um espaço público - e na teologia da esperança de J. Moltmann. Mas a teologia da secularização e as tentativas de sua superação a partir do Primeiro Mundo revelam-se insufiientes para explicar a contradição principal do Terceiro Mundo e da América Latina em situação de dependência: o contraste entre a minoria rica e abastada e a imensa maioria empobrecida. A teologia da libertação encontra o lugar concreto para fazer a leitura da realidade: a prática libertadora dos pobres. Passa-se, assim, da teologia da secularização à teologia polÃtica, e desta à teologia da libertação, como horizonte do fazer teológico. Abre-se, assim, o caminho para uma renovada compreensão da Igreja do ConcÃlio Vaticano II.