Diante do panorama extremamente complexo do campo religioso hoje o documento de Aparecida declara estar o ser humano do século XXI em meio a uma mudança de época. Ao lado do processo de secularização, que leva o ser humano a não temer declarar sua ausência de crença em Deus e sua não pertença a qualquer sistema religioso, está igualmente o revival religioso anárquico e selvagem que fez eclodir seitas e novas propostas espirituais dos mais variados perfis, questionando em profundidade a decantada supremacia do monoteÃsmo cristão no Ocidente. A proposta neste artigo é, depois de uma breve análise da situação da religião no mundo e especialmente no Brasil hoje, refletir sobre a diferença entre fé e religião e como esta reflexão, tomada em sua radicalidade, leva a uma compreensão renovada do que seja a fé cristã e sua identidade no mundo atual. Para chegar a isto, são analisados três elementos constitutivos da fé cristã: a historicidade, a experiência e o testemunho, no desejo de traçar um perfil aproximado de uma tendência importante na teologia cristã hoje, que prefere definir o Cristianismo mais como uma revelação do que como uma religião.