A Fênix Tupiniquim: as (re)invenções da Polícia Militar (1809-1936)

Revista Brasileira de Segurança Pública

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ISSN: 19811659
Editor Chefe: Paula Ferreira Poncioni
Início Publicação: 28/02/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

A Fênix Tupiniquim: as (re)invenções da Polícia Militar (1809-1936)

Ano: 2021 | Volume: 15 | Número: 1
Autores: Samuel Robes Loureiro
Autor Correspondente: Samuel Robes Loureiro | samuel.loureiro@usp.br

Palavras-chave: História das instituições. Segurança Pública. Polícia Militar. Exército Brasileiro.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Tendo como tema a história das Polícias Militares brasileiras, a partir do estudo das ligações entre a história do Exército Brasileiro (EB), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), o presente artigo questiona história oficial sobre a fundação dessas corporações no século XIX e o senso comum de que foram criadas durante o período da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985). O estudo faz uso da noção de processos históricos de Thompson e da ideia de longa duração da Braudel. Para tal, foram analisados diversos tipos de fontes que evidenciaram o processo histórico de formação dessas corporações, suas imbricações com a história do EB e as permanências e mudanças ao longo dos anos. O artigo conclui que as corporações criadas no século XIX para o serviço de policiamento na Corte e na cidade de São Paulo, marcadas por atuações truculentas, após a Revolução de 1930, aliaram-se a alguns oficiais do EB e, como uma espécie de fênix, reinventaram-se visando sobreviverem à extinção iminente. Com isso, durante a era Vargas, transformaram-se em um novo tipo de corporação: a Polícia Militar, força reserva e auxiliar do EB. Esse resultado demonstrou como determinadas instituições sobrevivem ao processo histórico, por meio de mecanismos como a adaptação e a reinvenção.



Resumo Inglês:

Considering the history of the Brazilian Military Police and starting from a study of the connections between the history of the Brazilian Army (EB), the Military Police of the State of Rio de Janeiro (PMERJ) and the Military Police of the States of São Paulo (PMESP), this article questions the official history of the founding of these corporations in the 19th century as well as the common sense idea that they were created during the Brazilian military dictatorship (1964 – 1985). The study makes use of Thompson’s notion of historical processes and Braudel’s idea of long duration. The analysis of several different types of source material have provided evidence for the historical process of the founding of these corporations, the ways in which these are interwoven with the story of the EB, and continuities and changes that have occurred over the years. The article concludes that the corporations created in the 19th Century in order to serve the policing needs of the court and the city of São Paulo were marked by truculent actions. After the Revolution of 1930, they aligned with some EB officials and, like a phoenix, reinvented themselves in order to survive eminent extinction. With this, during the Vargas’ age they transformed into a new type of corporation: the Military Police, reserve and auxiliary force of the EB. This result demonstrates how determined institutions survive historical processes by way of mechanisms such as adaptations and reinvention.