Este trabalho analisa a narrativa literária Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e sua versão fÃlmica, dirigida por François Truffaut, no que tange à transposição do literário ao fÃlmico, primeiramente. Também analisa os textos quanto ao conteúdo e ao discurso, no sentido de estudar os significados veiculados. Ambos os textos apresentam uma sociedade em que a palavra não tem lugar, em especial a escrita, já que é proibida a leitura de livros de literatura, os quais são confiscados e queimados. Reflete-se, assim, sobre o silenciamento e sobre a palavra esvaziada de sentido, pois a ficção não mais exerce seu papel redentor na vida do ser humano. Assim, cada texto questiona o esfacelamento das relações humanas em tal sociedade, em que a alteridade fica comprometida, na medida em que os indivÃduos deixam de ver o outro e, portanto, a si mesmos.