A fala e o pharmakon

Revista Latinoamericana De Psicopatologia Fundamental

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ISSN: 14154714
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Início Publicação: 10/03/1998
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Psicologia

A fala e o pharmakon

Ano: 1998 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Pierre Fédida
Autor Correspondente: Manoel Tosta Berlinck | mtberlin@uol.com.br

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A partir da generalização crescente do uso dos psicotrópicos, o autor se propõe a pensar o tratamento psíquico pelo químico. Supõe, então, a existência de um psicotropismo que eliminaria aquilo que do psíquico faz sintoma na tentativa de curar se. Como conseqüência,não mais seria necessário, nestas condições, falar de sintoma, não apenas pela assintomatização da vida psíquica, mas por uma menor necessidade de conceber uma “demanda subjetiva” – transferencial – que leve ao trabalho necessário de rearranjo das representações e afetos.

Enquanto a psicofarmacologia era bastante solidária com uma psicopatologia, a neurofarmacologia se tomaria por mais científica, a ponto de se emancipar de qualquer conhecimento dos disfuncionamentos psicopatológicos do indivíduo, já não lhe sendo mais necessário regular se por uma clínica dos processos.

Como ficariam, então, a semiologia psiquiátrica e o espírito nosográfico? Como ficaria a psicopatologia? E, em última análise, como ficaria a psicanálise até então protegida, de alguma forma, pela psiquiatria?

O que se procura então, é, antes de tudo, esclarecer o enigmático “tratamento psíquico pelo psíquico” e determinar as condições segundo as quais a fala, como um pharmakon, propicia ou não para si os meios de interiorizar uma ação medicamentosa.