O urbano se firma de forma gradativa como objeto de interesse da antropologia. Ponderando que urbano e rural se aproximam, se afastam e se entrecruzam continuamente, minha proposta é tecer algumas considerações a partir do Direto do Campo2 como espaço de consumo pelos citadinos de Florianópolis, capital de Santa Catarina, Sul do Brasil. Entre os muitos produtos ofertados no Direto do Campo, escolhi me deter no consumo de flores. Para tanto, entrevistei duas floristas3 e três clientes, entre outubro e dezembro de 2009, visando a problematizar algumas questões que dizem respeito a conceituar a flor como mercadoria. Considerei aspectos como o gosto e as motivações para o consumo da mercadoria flor. Ao mesmo tempo em que vem ocorrendo um processo de renovação e reinvenção do Direto do Campo na adequação às exigências sanitárias de higienização e assepsia dos ambientes que oferecem produtos de origem vegetal e animal, as floristas conseguiram ampliar seu “campo de possibilidades” à medida que criaram, teceram e mantêm uma clientela que foi se fidelizando no decorrer do tempo.