Palavras-chave: Formação do leitor, cultura, “politicamente correto”, discurso, contemporaneidade
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A expressão “politicamente correto”, isto é, a expressão discursiva que, por definição, procurou neutralizar palavras consideradas discriminatórias ou ofensivas por/para determinados grupos, trouxe novas formas de ler os textos, em acepção ampla e, por conta disso, o mundo (e vice-versa). Houve, dessa forma, a obrigação de (re)ver o uso de certos termos e/ou expressões, para a produção e recepção, diante das “novas” e outras interpretações. Embates nesse campo foram travados e, a partir daí, destacamos a vigilância ao uso de alguns termos por autores preocupados em atender à nova demanda, cuja autojustificativa está na necessidade de correção de preconceitos e geração de exclusão. No âmbito da linguagem, muitos autores/leitores chegam a mencionar a existência de uma “ditadura” do “politicamente correto”, alegando o cerceamento a idéias e posicionamentos, afirmando a impossibilidade de criar, por estarem presos por uma mordaça e um patrulhamento das palavras. Relacionado ao tema, este texto pretende analisar as possíveis interferências do discurso do “politicamente correto” nas interpretações do leitor contemporâneo, observando a necessidade de flexibilizar e/ou reforçar, teorias ligadas à formação do leitor[1].
[1] As reflexões em torno do tema da formação do leitor aqui expostas fazem parte dos estudos desenvolvidos no grupo de pesquisa citado na nota 1.