Objetivo
Determinar a frequência de prescrições de medicamentos off label e não licenciados para pediatria na atenção primária à saúde em municÃpio de médio porte do Rio Grande do Sul, Brasil.
Métodos
Estudo transversal, com coleta retrospectiva, que analisou prescrições a 326 pacientes emitidas de agosto a dezembro de 2012 em dois postos de saúde do municÃpio de Viamão. Foram incluÃdas todas as receitas de pacientes cujos prontuários ou fichas de atendimento estivessem disponÃveis e completos em relação à data de atendimento, peso e data de nascimento. Foram classificadas como prescrições off label aquelas que, em relação à bula do medicamento, apresentavam dose diferente da recomendada, frequência de prescrição e/ou forma de administração diferente e idade inferior à quela indicada. Foi usada estatÃstica descritiva, com frequências absolutas, médias e desvio padrão.
Resultados
Durante o perÃodo estudado houve a prescrição de 731 medicamentos e houve frequência de 31,7% de medicamentos prescritos off label, especialmente antiâ€histamÃnicos e antiasmáticos (32,3% e 31,5%, respectivamente). O principal tipo de prescrição off label foi dose (38,8%), seguida de idade (31,5%) e de frequência de administração (29,3%). Com relação à prescrição off label de dose, foi mais frequente a sobredose (93,3%) do que a subdose (6,7%). Não foram encontradas prescrições de medicamentos não licenciados.
Conclusões
O estudo mostrou que a prescrição off label é comum nas duas unidades estudadas. O percentual de prescrição off label observado foi superior ao relatado por estudos europeus feitos na atenção primária. Por outro lado, não foi observada prescrição de medicamentos não licenciados para crianças.