Um projeto de qualidade e uma atuação virtuosa nem sempre produzem um bom espetáculo. Eles não são suficientes. Também não basta a soma total dos elementos da cena. A encenação é um ofício focado principalmente na construção de novas relações complexas entre os vários elementos: entre a história e a interpretação, os bonecos e os performers, os personagens e sua função e entre a história e a narração. Este artigo analisa as práticas de ensino estabelecidas por Ophrat através de quatro exercícios que tratam, respectivamente, de: (a) a função do corpo na forma como ele reflete na
relação entre o performer e os bonecos, (b) a utilização separada de som e ação, sendo originados a partir de diferentes fontes, (c) a ideia da dualidade do boneco como um papel dramático e (d) a compreensão de que tudo em teatro de formas animadas pode ser manipulado, inclusive o espaço.