Em tempos difíceis, de constantes negligências do direito à vida e à saúde, é preciso criticar aqueles que detêm o poder e que, historicamente, não priorizam aspolíticas públicas de enfrentamento das desigualdades. Em momentos de crise, como os vividos na pandemia de Covid-19, os marcadores sociais da diferença escancararam as desigualdades de acesso à saúde em relação a grupos vulneráveis. Assim, a argumentação apresentada tem por objetivo refletir acerca das possibilidades de diálogo e aproximação das letras de rapcom o trato pedagógico da temática da saúde coletiva na Educação Física escolar (EFE). Para tanto, realizamos um ensaio teórico conectando o álbum Holocausto Urbano dos RacionaisMC’se as Pedagogias Críticas da EFE. Concluímos que as letras de rapapresentam sentidos críticos de saúde possíveis de serem tematizados nas aulas de EFE, sobretudo porque questionam as estruturas de poder, as relações étnico-raciais e os condicionantes e determinantes de saúde.
In difficult times marked by constant neglect of the right to life and health, it is essential to criticize those in power, who have historically not prioritized public policies against inequalities. In moments of crisis, such as those we experienced during the Covid-19 pandemic, social markers of difference have laid bare the disparities in access to healthcare by vulnerable groups. The argument presented here therefore aims to reflect on the possibilities of dialogue and the integration of rap lyrics withthe pedagogical treatment of collective health themes in School Physical Education (EFE, in the Brazilian Portuguese acronym). To this end, we conducted a theoretical essay connecting Holocausto Urbano, the Racionais MCsalbum, and Critical Pedagogies of EFE. Our conclusion is that rap lyrics provide critical perspectives on health that can be explored in EFE classes, particularly because they challenge power structures, ethnic-racial relations, and the social determinants of health.
