No capítulo IV do The Significance of Philosophical Scepticism, Stroud, depois de expor seu entendimento do “idealismo transcendental” e do “realismo empírico” de Kant, apresenta várias dificuldades presentes no projeto kantiano. A principal delas consiste em afirmar que o idealismo transcendental seria compatível com o ceticismo acerca do conhecimento objetivo, o conhecimento do modo como as coisas são por si mesmas. Esse artigo apresenta uma crítica, exposta na forma de argumento condicional, a essa dificuldade do idealismo transcendental kantiano apontada por Stroud. O argumento consiste em sustentar que, se a interpretação que Allison faz da distinção transcendental entre “fenômeno” e “coisa em si” (como uma distinção de dois modos distintos de conceber um mesmo objeto) for correta, então a acusação de um compromisso do idealismo transcendental com o ceticismo não se sustenta.
In the chapter IV of The Significance of Philosophical Scepticism, Stroud, after exposing his understanding of the "transcendental idealism" and of Kant’s "empiric realism", shows several difficulties present in the Kantian project. The main of them consists of affirming that the transcendental idealism would be compatible with the scepticism concerning to the objective knowledge, the knowledge about the way the things are for themselves. The present article presents a critics, exposed in the form of conditional argument, to that difficulty of the Kantian transcendental idealism pointed by Stroud. The argument consists of sustaining that, if the interpretation that Allison makes of the transcendental distinction between "phenomenon" and "thing in itself" (as a distinction of two different manners of conceiving a same object) is correct, then the accusation of a commitment of the transcendental idealism with the scepticism is not sustained.