Impacto da pandemia da SARS-CoV-2 na ocorrência de Diabetes em idade pediátrica na Região Autônoma da Madeira

Residência Pediátrica

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ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Impacto da pandemia da SARS-CoV-2 na ocorrência de Diabetes em idade pediátrica na Região Autônoma da Madeira

Ano: 2024 | Volume: 14 | Número: 2
Autores: Beatriz Bonança Pedreira; Lisa Pereira Soares; Mariana Rodrigues; Maria João Borges; Paulo Rego Sousa; Manuel Pedro da Silva Freitas
Autor Correspondente: Beatriz Bonança Pedreira | beabopedreira@gmail.com

Palavras-chave: Diabetic ketoacidosis, SARS-CoV-2, Diabetes mellitus, type 1

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise comparativa dos pacientes diagnosticados com diabetes em idade pediátrica na Região Autônoma da Madeira (RAM), antes e após o início da pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2. Uma meta-análise, publicada em agosto/2022 na Nature, constatou um aumento estatisticamente significativo no número de doentes que apresentaram cetoacidose diabética, no âmbito de um grupo de pacientes diagnosticados com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DMT1) durante a pandemia. Tal constatação não foi verificada na RAM. A inexistência de um período de confinamento total e o fato de a prática médica ter continuado a ser exercida junto à população apontam algumas possíveis hipóteses para explicar o observado. O histórico familiar foi a única variável do estudo em que se verificou uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Esse resultado pode evidenciar que os casos de cetoacidose diabética diagnosticados durante a pandemia (alguns provavelmente em doentes que foram previamente infectados por SARS-CoV-2) podem ter uma fisiopatologia diferente, na qual fatores genéticos têm uma importância menor. Sendo a DMT1 uma doença frequente em idade pediátrica, os profissionais de saúde, além de avaliar a glicose e HbA1c regularmente, precisam estar sempre em alerta e manter um elevado grau de atenção aos pacientes, dada a diversidade de sintomas iniciais que essa doença pode ter. Devem ser realizados mais estudos para tentar compreender o que justifica o fato de essa população não ter sido atingida pelo aumento do número de novos diagnósticos de diabetes, nem ser susceptível a uma maior gravidade desses casos.



Resumo Inglês:

The objective of this work was to carry out a comparative analysis of inaugural diabetes in pediatric age in the Autonomous Region of Madeira (ARM) before and after the onset of the SARS-CoV-2 pandemic. A meta-analysis published in August 2022 in the Nature Journal found a statistically significant increase in the number of patients who presented with diabetic ketoacidosis among patients newly diagnosed with type 1 diabetes mellitus (T1DM) during the pandemic. The same was not verified in ARM. Some of the factors presented are that in ARM there was never a period of total confinement for the general population, and medicine was always practiced close to the population, among others. Family history was the only study variable in which there was a statistically significant difference between the two groups. This result may show that cases of diabetic ketoacidosis diagnosed during the pandemic, some of them probably in patients who were previously infected with SARS-CoV-2, may have a different pathophysiology in which genetic factors play a lesser role. As T1DM is a frequent disease in children, health professionals must be alert and have a high degree of suspicion given the diversity of initial presentations that this disease can have and regularly assess glucose and HbA1c. More studies should be carried out to try to find out what justifies this population not being vulnerable to an increase in the number of cases of inaugural diabetes or to their greater severity.