O crescimento das mortes violentas vem sendo observado no Brasil desde o final dos anos 1970. No paÃs e em Pernambuco,
as principais vÃtimas dos homicÃdios são jovens negros, do sexo masculino, com pouca escolaridade e baixa renda,.
Em 2011, 86,2% das mulheres assassinadas em Recife eram negras e, em 2009, 47,2% dos casos de homicÃdios de mulheres
concentraram-se em apenas dez bairros dessa capital. Foi apenas em 2007 que a questão da violência letal ganhou
prioridade na agenda do governo do Estado, por meio da implementação da primeira polÃtica pública de segurança do
Estado, o Pacto pela Vida (PPV). Nesse mesmo ano, instituiu-se a PolÃtica de Enfrentamento da Violência contra a Mulher,
pela Secretaria da Mulher. O PPV vem alcançando bons resultados, as metas globais de redução dos crimes violentos letais
intencionais têm sido alcançadas, mas há diferenças importantes quando se observa a variação de acordo com o sexo da
vÃtima e com a região de ocorrência dos casos. Os homicÃdios de mulheres apresentaram redução menor ao longo do tempo
e oscilação entre crescimento e redução que pode se dever à pouca sensibilidade do PPV para as diferentes situações nas
quais as mulheres são assassinadas, que requerem linhas de ação especÃficas do ponto de vista da polÃtica de prevenção
e repressão. Este artigo se propõe a apresentar e analisar estas diferenças e a refletir sobre possÃveis hipóteses capazes de
explicá-las, reconhecendo a eficácia do PPV como polÃtica pública de segurança, mas também a necessidade de reorientá-
-lo para que seja capaz de responder às diferentes configurações da violência letal contra as mulheres em Pernambuco.