Nos últimos anos, surgiram novas tentativas de con-ceder mais poder e autoridade aos promotores de Justiça na Inglaterra e no País de Gales. Este artigo leva em considera-ção as implicações éticas dessas mudanças, afirmando a ne-cessidade de uma reflexão mais cuidadosa acerca dos princí-pios éticos que deveriam guiar os promotores de Justiça nesse momento. Este artigo argumenta que caracterizar o papel dos promotores de Justiça como quase-judicial ou como de-sempenhado em nome do interesse público não ajuda mui-to, pois deixa de delinear o papel preciso que os promotores deveriam desempenhar no processo penal. Argumentar-se-á que esse papel fica mais bem caracterizado como sendo o de proteger o bem-estar da comunidade levando aqueles que parecem ter causado danos aos interesses e valores da comu-nidade a responderem por seus atos. Isso ajuda a identificar o modo como os promotores deveriam abordar os poderes decisórios mais amplos que têm recebido e como deveriam interagir com o público e com outros atores do sistema de justiça criminal (a Polícia).