O objetivo deste artigo é fornecer elementos que fundamentem a crÃtica da incorporação de artefatosdas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) nos espaços públicos. A partir do pensamento de estudiosos do tema, como Rosalyn Deutsche, Michel Foucault, Tomas Horan, Milton Santos e Steven Connor, retoma e sistematiza elementos da evolução histórica das estratégias de disciplina, controle e participação.A partir deles, discute as noções de espaço da produção e da participação polÃtica no contexto dahibridização do ambiente público. O artigo conclui com contribuições para a avaliação crÃtica da utilizaçãodas TICs no controle e na vigilância, apontando que: o espaço é uma manifestação concreta do arranjosocial e polÃtico próprio do sistema produtivo capitalista; que os mecanismos de controle e vigilância estãohistoricamente determinados pela lógica deste sistema; que as práticas polÃticas têm no espaço público umlugar privilegiado; que a vinculação da noção de qualidade de vida urbana à segurança individual e patrimonialprecisa de mais reflexão; e que o processo de hibridização do espaço, mesmo propiciando novos territóriospara o debate, também pode atuar na dissolução do continuum formado pelas esferas pública e privada.
This study aims to subsidize a critical view of the dissemination of Information and Communication Technology(ICTs) artifacts in public spaces. It is based upon the thinking of Rosalyn Deutsche, Michel Foucault, Thomas Horan,Milton Santos and Steven Connor and it summarizes the historical evolution of discipline, control, and participation strategies. It discusses the concepts of space, production and political participation in the context of space hybridization. The article concludes with contributions to the critical evaluation of the use of ICTs in the control and surveillance, pointing out that space is a concrete manifestation of social and political arrangements characteristic of capitalist production system, that mechanisms of control and surveillance are historically determined by the logic of this system, that public place is a privileged site for policy practice, that the link between quality of urban life to personal safety needs revision, and that the process of space hybridization – even considering that it provides newareas for debate – can also act in the dissolution of the continuum formed by public and private spheres.