A prática de psicólogas escolares ainda possui marcas de um fazer individualizante, adaptacionista e patologizante, apesar da imensa produção e atuação crítica dos últimos anos. Aponta-se assim para a necessidade de formação continuada que contribua para a superação de práticas reducionistas na escola. Foi esse entendimento que pautou a construção de pesquisa com psicólogas escolares da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEEDF). O objetivo deste artigo é apresentar a análise do relato das profissionais, a partir da utilização do grupo de escuta e fala inspirado no método Balint. Foram realizados cinco encontros, com nove psicólogas. Os relatos dos encontros foram analisados e agrupados em dois grandes temas: função e atuação da psicóloga escolar; e relações entre psicóloga e demais profissionais da escola. Identificamos que há necessidade de abrir espaços de escuta e troca para que as psicólogas escolares possam refletir sobre sua atuação e transformá-la. Defendemos os grupos de discussão das práticas profissionais inspirados no método Balint como um espaço formativo em serviço, pois essa metodologia permite o engajamento e a reflexão sobre a atuação, favorecendo a articulação entre aspectos profissionais e pessoais em um processo dialogado e coletivo de conscientização sobre o fazer da psicóloga escolar.
The practice of school psychologists still has signs of an individualizing, adaptationist and pathologizing practice, despite the immense production and critical action in recent years. This highlights the need for continued training that contributes to overcoming reductionist practices at school. It was this understanding that guided the construction of research with school psychologists from the State Department of Education of the Federal District (SEEDF). The objective of this article is to present the analysis of the professionals' reports, based on the use of the listening and speaking group inspired by the Balint method. Five meetings were held, with nine psychologists. The reports of the meetings were analyzed and grouped into two major themes: role and performance of the school psychologist; and relationships between psychologists and other school professionals. We identified that there is a need to open spaces for listening and exchange so that school psychologists can reflect on their work and transform it. We defend professional practice discussion groups inspired by the Balint method as an in-service training space, as it allows engagement and reflection on performance, favoring the articulation between professional and personal aspects in a dialogued and collective process of raising awareness about the school psychologist work.