A dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC) é uma causa relativamente rara de síndrome coronariana aguda, ocasionada por separação das camadas de uma artéria coronária e subsequente hematoma mural, que comprime a luz vascular. Pode levar a infarto do miocárdio e suas consequências, inclusive arritmias cardíacas e óbito. Seu diagnóstico muitas vezes é difícil e, apesar de a coronariografia ser o passo inicial para a suspeita, métodos de imagem intracoronária podem ser necessários. Sua abordagem terapêutica também é desafiadora, uma vez que os métodos de revascularização miocárdica podem não ter resultado semelhante ao da doença aterosclerótica coronária obstrutiva. Relatamos um caso de uma mulher admitida com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, cujo diagnóstico angiográfico foi de DEAC. Devido à estabilidade clínica e ao pequeno calibre arterial na topografia da dissecção espontânea, foi mantida em tratamento conservador e apresentou boa evolução clínica. Apesar de incomum, este diagnóstico pode ser subestimado, tornando fundamental seu conhecimento por parte das equipes médicas.
Spontaneous coronary artery dissection (SCAD) is a relatively rare cause of acute coronary syndrome, caused by separation of the layers of a coronary artery and subsequent mural haematoma, which compresses the vascular lumen. SCAD can lead to myocardial infarction and its consequences, including cardiac arrythmias and death. Its diagnosis is frequently difficult and, although coronary angiography is the first step for suspicion, intracoronary imaging methods may be necessary. The therapeutic approach is equally challenging, since the myocardial revascularization techniques may not have similar results as those of coronary atherosclerotic disease. We report a case of a woman admitted with ST-elevation myocardial infarction, whose angiographic diagnosis was SCAD. Because of clinical stability and small arterial caliber at the location of the spontaneous dissection, she was kept in conservative medical treatment and presented favorable clinical evolution. Despite being uncommon, this diagnosis may be underestimated, which makes it paramount for medical staff to know its existence.