O objetivo deste artigo é analisar a influência da relação entre cultura
organizacional e orientação estratégica sobre o papel desempenhado pela área de recursos
humanos no contexto de uma organização de médio porte. De maneira mais especÃfica, o foco
está na análise dos aspectos que determinam a existência ou ausência de complementaridades
entre a cultura organizacional e a orientação estratégica da empresa e nas implicações desse
alinhamento sobre a área de recursos humanos. Adotando-se uma perspectiva de pesquisa
qualitativa com base no método do estudo de caso, foram coletados e analisados os dados em
uma empresa de médio porte do setor de alimentação. Os resultados apontam, em um
primeiro momento, a existência de uma relação de influência da orientação estratégica sobre a
cultura, isto é, sobre os pressupostos e padrões de comportamento. Além disso, emergiu da
análise do caso estudado evidências de que a intensidade das dinâmicas que norteiam as
relações entre a cultura organizacional e a orientação estratégica não se mostrou suficiente
para alterar a inclinação assumida pela área de recursos humanos, a qual se revelou
marcadamente sustentada por uma abordagem tradicional em detrimento de uma postura mais
estratégica.
The objective of this article is to analyze the influence of the relationship between
organizational culture and strategic orientation on the role of the human resources area in a
medium-sized organization. Specifically, the focus is on the aspects that determine the
existence or absence of complementarities between the organizational culture and the
strategic orientation of the selected organization and, consequently, on the implications of this
alignment for the human resources area. By adopting a qualitative case study as research
method, were collected and analyzed data in a medium-sized organization in the food sector.
Empirical results point out the influence of the strategic orientation on the culture, that is to
say, on the assumptions and patterns of behavior. In addition, it was found that the intensity of
the dynamics that guide the relationship between organizational culture and strategic
orientation was not sufficient to change the inclination espoused by the human resources
area, which, in turn, was viewed as underpinned by a traditional approach rather than a more
strategic one.