As revistas são fontes privilegiadas para análise de temas contemporâneos à sua existência. Neste artigo analisaremos o debate sobre a violência revolucionária por intelectuais de esquerda que tiveram alguma relação com organizações revolucionárias nos anos 1960-1970. Buscaremos este debate nas revistas Punto de Vista e La Ciudad Futura, revistas de linha editorial de esquerda, cujos editores, em algum momento de suas vidas, militaram e trabalharam juntos em outras experiências editoriais semelhantes. Daremos ênfase nas discussões dos anos 1980, período que, em alguma medida, as análises sofreram influência da teoria dos demônios, tirando da discussão a responsabilidade da sociedade na crescente onda de violência ocorrida naqueles anos. Estas primeiras análises críticas à atuação das esquerdas evitam tocar em pontos mais incômodos, como a dimensão ética e moral da cultura guerrilheira, desmitificando seus heróis e criticando os chamados “justiçamentos”.