INTERAÇÕES DE LOXOSCELES INTERMEDIA (ARANEAE, SICARIIDAE), PARASTEATODA TEPIDARIORUM E NESTICODES RUFIPES (ARANEAE, THERIDIIDAE)

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Editor Chefe: Marcelo Barcellos da Rosa
Início Publicação: 30/11/1979
Periodicidade: Quadrimestral

INTERAÇÕES DE LOXOSCELES INTERMEDIA (ARANEAE, SICARIIDAE), PARASTEATODA TEPIDARIORUM E NESTICODES RUFIPES (ARANEAE, THERIDIIDAE)

Ano: 2011 | Volume: 33 | Número: 2
Autores: Marta Luciane Fischer, Leticia Ducci
Autor Correspondente: Marta Luciane Fischer | marta.fischer@pucpr.br

Palavras-chave: aranha-marrom, controle biológico, fauna sinatrópica, loxoscelismo, manejo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O sucesso de colonização dos ambientes antrópicos pelas aranhas de interesse médico do gênero Loxosceles Heinecken & Lowe, 1832, além de estar relacionado à disponibilidade de presas e microhabitats, pode ser devido à coexistência com baixa abundância e riqueza de outras espécies de aranhas. Dentre as aranhas sinantrópicas presentes nas residências de Curitiba destacam-se espécies da família Theridiidae como Parasteatoda tepidariorum (Koch, 1841) e Nesticodes rufipes (LUCAS, 1846). Logo, é possível que essas espécies possam ter estabelecido adaptações de interação interespecifica e de relação trófica com Loxosceles intermedia Mello-Leitão, 1934, caso a) apresentem hábitos predatórios generalistas associados às seqüencias estereotipadas e rápidas; b) ocupem o mesmo nicho; c) e em unidades experimentais, desalojem a aranha-marrom e não permita a sua instalação. Assim, o presente estudo teve o objetivo de avaliar e caracterizar as interações tróficas interespecíficas entre L. intermedia, P. tepidariorum e N. rufipes, através da quantificação dos padrões motores utilizados nas interações, da freqüência de captura, da avaliação da colonização de unidades experimentais e da caracterização dos ambientes ocupados em construções antrópicas. O comportamento de captura foi mais estereotipado e mais rápido para S. rufipes, o que parece estar relacionado com um hábito mais generalista. Tanto P. tepidariorum quanto N. rufipes predaram significativamente as aranhas invasoras e não permitiram sua instalação. No entanto, nas residências de Curitiba L. intermedia predomina sobre as aranhas da família Theridiidae sugerindo tanto relação com fatores bióticos e abióticos, quanto com o fato de suas teias evidentes serem constantemente removidas pelos moradores. Mesmo não havendo evidências de exclusão competitiva, o fato dos teridiideos dificultarem a instalação de L. intermedia, a manutenção dessas aranhas em locais como forros e porões pode ser constituir de um auxílio nas ações integradas de manejo, pois além de predarem inúmeras espécies de insetos diminuindo o recurso no ambiente, podem capturar a aranha-marrom durante o seu deslocamento, desfavorecendo a sua instalação nesses microambientes.