O objetivo deste estudo é fazer uma transposição da concepção de interseccionalidade para a área da administração. Para tanto, utilizando-se do contexto das organizações e a metodologia da Redução Sociológica proposta por Alberto Guerreiro Ramos, este estudo visa apresentar uma transposição desse conceito sociológico criado nos Estados Unidos para o campo organizacional brasileiro, de maneira apropriada. Após um resgate da metodologia da redução sociológica, buscou-se compreender a concepção da interseccionalidade nas organizações a partir dessa metodologia. Como conclusão, tem-se que ocorrer um reducionismo com a apreensão do conceito de interseccionalidade no campo organizacional, pois se limitam a conceituar raça/etnia, gênero e sexualidade como práticas sociais apenas, sem relacioná-las às práticas organizacionais. Além disso, as condições estruturais do Brasil, lócus desse estudo, diferem-se do contexto estadunidense. Dessa forma, ao realizar a transposição desse conceito, deve-se considerar a posição adotada pelo país frente ao racismo e que a reprodução das desigualdades se faz presente nos níveis hierárquicos, na divisão de cargos e tarefas, no recrutamento e seleção, na definição dos salários, no monitoramento bem como nas interações informais.
The aim of this study is to transpose the concept of intersectionality into the field of administration. To achieve this, drawing upon organizational contexts and Alberto Guerreiro Ramos's Sociological Reduction methodology, the study endeavors to present a suitable adaptation of this sociological concept, originally developed in the United States, to the Brazilian organizational context. Following a review of Sociological Reduction methodology, efforts were made to understand the conception of intersectionality within organizations using this approach. As a conclusion, it is noted that there is a reductionist tendency in grasping the concept of intersectionality in the organizational field, as it tendsto narrowly define race/ethnicity, gender, and sexuality solely as sociais practices, without relating them to organizational practices. Additionally, the structural conditions in Brazil, the focus of this study, differ from the American context. Therefore, in transposing this concept, it is imperative to consider the country's stance on racism and acknowledge that the reproduction of inequalities manifests across hierarchical levels, division of roles and tasks, recruitment and selection processes, salary determinations, monitoring, and informal interactions.
