Intoxicações exógenas por raticidas notificadas no Brasil entre 2008 e 2022

Journal of Health & Biological Sciences

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ISSN: 23173076
Editor Chefe: Manoel Odorico de Moraes Filho
Início Publicação: 31/12/2012
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Intoxicações exógenas por raticidas notificadas no Brasil entre 2008 e 2022

Ano: 2024 | Volume: 12 | Número: 1
Autores: R. Barbosa-Lima, I. Q. S. Silva, G. F. Vivian, S. Z. Garcia, M. C. Pinto, G. M. Silva
Autor Correspondente: R. Barbosa-Lima | dentistaricardolima@gmail.com

Palavras-chave: rodenticidas, intoxicação, epidemiologia, Brasil

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: avaliar as notificações de intoxicação exógena por raticida no Brasil entre 2008 e 2022. Métodos: foi realizado um estudo ecológico, do tipo série temporal, avaliando a quantidade anual de notificações nos últimos 15 anos, considerando os casos confirmados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A tendência temporal e as razões de incidência antes e durante a pandemia de COVID-19 foram examinadas com nível de significância de 5%. Resultados: entre 2008 e 2022, 48.448 notificações de intoxicação exógena por raticidas foram registradas. A tendência temporal foi estabelecida como estacionária nos últimos 15 anos (p = 0,285), mas tornou-se, significativamente, crescente ao remover os anos relacionados à pandemia de COVID-19 (p = 0,001; VPA = 5,4% [IC95% = 2,1, 8,6). Além disso, ao comparar com período pré-pandemia, a incidência de notificações foi 34% menor (RI = 0,66 [IC95% = 0,59, 0,73]) no primeiro e 28% menor (RI = 0,72 [IC95% = 0,65, 0,79]) no segundo ano da pandemia de COVID-19. Por fim, observou-se que 82,2% das circunstâncias foram tentativas de suicídio, 89,4% foram exposições do tipo aguda-única e a maioria (91,1%) evoluíram para cura sem sequelas. Conclusão: foi possível concluir que as intoxicações exógenas por raticidas persistem como um problema de Saúde Pública no Brasil.



Resumo Inglês:

Objectives: to evaluate notifications of exogenous poisoning by rodenticides in Brazil between 2008 and 2022. Methods: an ecological time-series study was carried out, evaluating the annual number of notifications in the last 15 years, considering the cases confirmed by the Notifiable Diseases Information System (SINAN). Temporal tendency and incidence ratios before and during the COVID-19 pandemic were examined at a 5% significance level. Results: between 2008 and 2022, 48,448 notifications of exogenous poisoning by rodenticides were reported. The temporal tendency was established as stationary over the last 15 years (p = 0.285) but became significantly increasing when removing the COVID-19 pandemic years (p = 0.001; VPA = 5.4% [95%CI = 2 .1, 8.6). In addition, when compared to the pre-pandemic period, the incidence of notifications was 34% lower (IRR = 0.66 [CI95% = 0.59, 0.73]) in the first and 28% lower (IRR = 0,72 [CI95% = 0.65, 0.79]) in the second year of the COVID-19 pandemic. At last, it was observed that 82.2% of the circumstances were suicide attempts, 89.4% were acute-single exposures, and most (91.1%) evolved to cure without sequelae. Conclusion: it was possible to conclude that exogenous poisoning by rodenticides persists as a Public Health problem in Brazil.