O presente artigo parte de pesquisasetnográficasque desenvolvi no mestrado e no doutorado, dentre o que intitulei de “parentes-interlocutoras”. Ao participar do processo detentativas depublicação em revistas acadêmicasuma questão sempre emergia quando eu recebia os pareceres das minhas peças. Eu era interpelada sobre estar fazendo uma autoetnografia e criticada por não estar dialogando com autoras da área. Mas como eu poderia estar fazendo uma autoetnografiase em nenhum momento eu afirmava que estava em diálogo com o campo? Como eu era inscritaem um território que eu (depois de tanto ler) afirmava não ser meu? Como eu e minha pesquisa, por conseguinte, estávamos sendo inscritas em um campo que não almejávamos? Esse artigo possui a intenção de discutir como a inscrição de determinados corpos em determinados lugares é parte do paternalismo acadêmico para com alguns antropólogos (principalmente negros e indígenas).