Este trabalho propõe discutir a produção da infância em relação à prática da leitura. Para isso, a partir dos sentidos produzidos sobre a leitura na perspectiva das crianças leitoras, considera-se tais práticas como território de produção de sujeitos. Entende-se que a prática da leitura produz modos de existência, os quais não se referem somente às crianças, mas também às maneiras pelas quais os adultos as compreendem e se relacionam com elas e consigo. A produção de dados ocorreu a partir da realização de grupos focais formados por crianças de 4ª série do ensino fundamental. Os resultados apontam para sentidos distintos, mas que se entrecruzam: leitura associada ao prazer e à obrigação; leitura pressupondo tempos e espaços. Tais marcadores evidenciam a produção de um leitor no âmbito das práticas de leitura que passa preferencialmente pelo discurso pedagógico.