Objetivos: descrever o perfil epidemiológico e clínico dos pacientes com Linfoma de Hodgkin Clássico (LHc) tratados com o protocolo ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina) associando-os aos fatores que interferem na mortalidade e na sobrevida global (SG). Metodologia: estudo descritivo e retrospectivo dos pacientes diagnosticados com LHc, atendidos no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) no período de 2000 a 2018. As análises univariada e multivariada foram realizadas para estabelecer a associação entre os fatores prognósticos e o desfecho óbito. A SG foi determinada usando o método Kaplan-Meier. Resultados: População com predominância do sexo masculino (50,64%), idade menor ou igual a 45 anos (88,54%), subtipo histológico Esclerose Nodular (EN) (74,52%) e tratamento com ciclos de ABVD (56,37%). Na análise dos fatores preditivos de proteção ao óbito foram significativos, para idade menor ou igual a 45 anos (OR 3,152; IC95% 1,198–8,292; p=0,02), utilização da radioterapia (RT) (OR 0,345; IC95% 0,158-0,753; p=0,008) e a Resposta Completa (RC) (OR 0,090; IC95% 0,038-0,216; p=0,000) ao tratamento. As variáveis que apresentaram associação a uma maior SG estão relacionadas a idade menor ou igual de 45 anos (IC95% 85,61-89,02; p=0,0252), utilização da RT (IC95% 92,37; p=0,0002), RC ao tratamento (IC95% 94,51-95,43; p<0,0001) e tempo menor ou igual a 1 ano do diagnóstico (IC95% 92,55-96,25; p<0,0001). Conclusão: Os pacientes com LHc no serviço eram predominantemente homens jovens com subtipo EN. Os fatores associados a proteção ao óbito foram a idade menor ou igual a 45 anos, utilização da RT e a RC ao tratamento. Fatores que proporcionaram melhor SG foram a idade menor ou igual a 45 anos, utilização da radioterapia, resposta completa ao tratamento e tempo de diagnóstico menor ou igual a 1 ano.