Na obra do escritor italiano Giorgio Manganelli, autor, leitor e texto se desontologizam e se tornam componentes performativos, papéis pragmáticos que fazem, da literatura, um jogo de produção de sentidos contingentes. Privilegiando a leitura de um gênero textual manganelliano aqui designado como dispersão narrativa, essa peculiar teoria da leitura é analisada à luz da teoria formal da recepção, de Karlheinz Stierle, e da antropologia literária, de Wolfgang Iser.