O presente artigo trata da crise da literatura no contexto atual. Tem como principal objetivo pensar a literatura a partir de um recorte filosófico específico, qual seja o da natureza e função intempestiva da literatura em confronto com o contexto de crise atual. Faz isso tomando como ponto de partida e principal plano diretor o pensamento sobre intempestividade no filósofo Nietzsche constante da obra Segunda Consideração Intempestiva, com acréscimos e considerações oriundas da filosofia e da teoria da literatura pertinentes ao assunto. Levanta como tese que o que está em crise é a literatura como instância discursiva e meio privilegiado da sociedade letrada, hoje circunscrito às escolas, às universidades e aos círculos acadêmico-científicos. Não obstante, a literatura tem o poder vicário capaz ainda de ―mimetizar-se‖ e ―mimetizar a forma do outro‖, levando a concluir que é necessário ensinar a ler essa literatura.