LUTAS E RESISTÊNCIAS INDÍGENAS NO ALTO JURUÁ: MISCIGENAÇÃO E ETNIFICAÇÃO NA ETNIA JAMINAWA ARARA DO RIO BAGÉ

Revista Em Favor de Igualdade Racial

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ISSN: 2595-4911
Editor Chefe: Flávia Rodrigues Lima da Rocha
Início Publicação: 11/05/2020
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

LUTAS E RESISTÊNCIAS INDÍGENAS NO ALTO JURUÁ: MISCIGENAÇÃO E ETNIFICAÇÃO NA ETNIA JAMINAWA ARARA DO RIO BAGÉ

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: A. M. B. Bezerra
Autor Correspondente: A. M. B. Bezerra | maiconbezerra22@gmail.com

Palavras-chave: identidade, cultura, Alto Juruá, indígena

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A complexa construção histórica da identidade e cultura do povo Jaminawa Arara do Rio Bajé, tem sido interpretado de forma reducionista pela historiografia tradicional, prevalecendo constantes silenciamentos e negação da riqueza cultural gestada nos contatos interétnicos. Repensar criticamente a constituição identitária dessa etnia tem como ponto focal se contrapor esta bibliografia historiográfica canônica e essencialista, que interpreta as identidades culturais Amazônicas como estáticas e cristalizadas. Tendo isso em mente objetivamos empreender um estudo sobre as formas de etnificação cultural e identitária ocorridas na etnia Jaminawa Arara do Rio Bajé, a partir dos seus constantes movimentos migratórios e inter-relações com outras etnias e o homem não índio, de igual maneira, estudar o processo de “ocupação” da região do Alto Juruá, dando ênfase para os primeiros contatos entre seringueiros e seringalistas com as etnias da região, principalmente os indígenas que eram ou viriam a ser o povo Jaminawa Arara do Rio Bajé. Metodologicamente nos servimos de pesquisa bibliográfica, onde procuramos explorar criticamente a bibliografia existente sobre a história e cultura do povo Jaminawa Arara do Rio Bajé, utilizamo-nos também de pesquisa documental analisando alguns documentos governamentais, por fim, pesquisa de campo, através de entrevistas com as lideranças e integrantes mais idosos, as mesmas se darão de forma não-estruturada, orientadas por pautas, onde o entrevistador guia o diálogo com a intenção de atingir pontos de interesse. Como referencial teórico nos valemos dos conceitos de etnificação ou etnogênese conforme os utiliza Miguel Alberto Bartolomé. Os resultados parciais indicam que o contato entre o grupo Jaminawa Arara do Rio Bajé e o homem não índio e demais etnias no qual travaram contato não representou necessariamente uma perda cultural, ao contrário, por meio de formas ativas de resistência ou mesmo escolhas deliberadas de ação política, deu lugar a novas formas de ressignificação cultural agregando valores dos grupos em contatos.