Mamá Cultiva Argentina é uma organização da sociedade civil cujo objetivo é conseguir legislações para o cultivo de cannabis, a partir de uma perspetiva de género e diversidade. A partir de uma retórica feminista, utiliza o afeto como motor de mudança em relação ao que é estabelecido pelo sistema médico hegemónico no que respeita ao que cura, a quem cuida e quais são as formas plausíveis de o fazer. Utilizando uma metodologia qualitativa, este artigo descreve e analisa os laços afetivos e erotismos que se geram entre estas mulheres cultivadoras e a planta da cannabis, o papel da planta nas suas vidas, as formas como cuidam dela, como se relacionam com ela, como a dimensão do prazer se sobrepõe e que efeitos gera na vida destas mulheres cultivadoras. Para esta finalidade, levo em conta as pendulações que surgem entre a adoração da planta pelas suas propriedades e a sua humanização/antropomorfização.