Este trabalho investigou o protagonismo das jornalistas mulheres durante um período da história da Gazeta do Povo, jornal paranaense centenário, que foi o último do estado a contratar mulheres para trabalhar na redação. O objetivo foi salientar, como memória jornalística, os marcos que essas mulheres deixaram no jornal. Uma pesquisa exploratória permitiu ter como premissa que, de forma muito gradativa, jornalistas pioneiras modificaram a estrutura do jornal, ao introduzir inovações editoriais e alcançar cargos de gestão na redação. A seguir foram coletados depoimentos de dez jornalistas que tiveram papeis protagonistas no jornal, para verificar se elas se reconheciam como parte desses feitos. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada por meio de revisões bibliográficas e entrevistas em profundidade com as jornalistas, com as informações recolhidas analisadas de forma interpretativa, a partir de duas categorias: protagonismo e desigualdades de gênero na redação. Os resultados mostram mulheres que provocaram mudanças importantes no jornal, mas com dificuldades em perceber seu protagonismo. Concluímos ainda que essas jornalistas vivenciaram algumas condições de desigualdade de gênero no trabalho.
