MEU CORPO, DE QUEM SÃO AS REGRAS? PARTEIRAS TRADICIONAIS E A INSTITUCIONALIZAÇAO DO PARTO NO BRASIL: UMA QUESTÃO DE GÊNERO E EDUCAÇÃO

Revista de Estudos em Educação e Diversidade

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ISSN: 2675-6889
Editor Chefe: Lúcia Gracia Ferreira Trindade, Rita de Cássia S. N. Ferraz e Roselane Duarte Ferraz
Início Publicação: 01/07/2020
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Ciências Exatas, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

MEU CORPO, DE QUEM SÃO AS REGRAS? PARTEIRAS TRADICIONAIS E A INSTITUCIONALIZAÇAO DO PARTO NO BRASIL: UMA QUESTÃO DE GÊNERO E EDUCAÇÃO

Ano: 2022 | Volume: 3 | Número: 9
Autores: Zoraide Santos Vieira, Rita Maria Radl-Philipp
Autor Correspondente: Zoraide Santos Vieira | zoraide@uesb.edu.br

Palavras-chave: Parteiras. Gênero.Violência Obstétrica.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O ofício de partejar é uma das mais antigas funções e das quais se encontram registros em quase todas as culturas. Durante séculos o parto foi considerado um cuidar privativo do gênero feminino, realizado por parteiras a mulher era protagonista. Com o advento da medicina, a assistência ao parto seguiu lógica produtivista, intervindo sobre o corpo feminino por vezes de maneira violenta. O conhecimento médico se constituiu lugar masculino e sua linguagem reproduz e corrobora assimetrias e desigualdades de gênero. A mulher não mais sujeito ativo, consciente, capaz de gestar e parir conforme seus desejos, mas um objeto passível do escrutínio médico e das instituições formais do cuidado. O presente estudo traz uma discussão teórica sobre a importância dos conhecimentos das parteiras tradicionais como necessárias ao resgate do protagonismo feminino no momento da parturição. É um estudo qualitativo, exploratório de cunho bibliográfico. Os dados mostraram que a forma como a atenção ao parto caminhou até chegar à atualidade ainda está longe do idealizado, encontra-se muito violento, desumano. O resgate do protagonismo feminino é um dos fatores essenciais para reconstrução de um modelo obstétrico diferente, baseado nos princípios da humanização e que depende de todos aqueles que participam deste momento singular.



Resumo Inglês:

The profession of midwifery is one of the oldest functions and records of which are found in almost all cultures. For centuries, childbirth was considered a private care of the female gender, performed by midwives,the woman was the protagonist. With the advent of medicine, childbirth care followed a productivist logic, intervening in the female body, sometimes violently. Medical knowledge has become a masculine place and its language reproduces and corroborates gender asymmetries and inequalities. The woman is no longer an active, conscious subject, capable of gestating and giving birth according to her desires, but an object subject to medical scrutiny and formal institutions of care.The present study brings a theoretical discussion about the importance of the knowledge of traditional midwives as necessary to the rescue of female protagonism at the time of parturition. It is a qualitative, exploratory bibliographic study. The data showed that the way in which childbirth care has progressed to the present is still far from idealized, it is very violent, inhuman. The rescue of female protagonism is one of the essential factors for the reconstruction of a different obstetric model, based on the principles of humanization and that depends on all those who participate in this unique moment.



Resumo Espanhol:

 

La profesión de partería es una de las funciones más antiguas y de la que se encuentran registros en casi todas las culturas. Durante siglos, el parto fue considerado un cuidado privado del género femenino, realizado por parteras y la mujer era la protagonista.Con el advenimiento de la medicina, la atención del parto siguió una lógica productivista, interviniendo en el cuerpo femenino, a veces de manera violenta.El saber médico se ha convertido en un lugar masculino y el desarrollo de su lenguaje reproduce y corrobora las asimetrías y desigualdades de género.La mujer ya no es un sujeto activo, consciente, capaz de gestar y dar a luz según sus deseos, sino un objeto sujeto al escrutinio médico ya las instituciones formales de atención. El presente estudio trae una discusión teórica sobre la importancia del conocimiento de las parteras tradicionales como necesario para el rescate del protagonismo femenino en el momento del parto.Se trata de un estudio bibliográfico cualitativo, exploratorio. Los datos mostraron que la forma en que la atención del parto ha avanzado hasta el presente aún está lejos de ser idealizada,es muy violenta, inhumana.El rescate del protagonismo femenino es uno de los factores esenciales para la reconstrucción de un modelo obstétrico diferente, basado en los principios de la humanización y que depende de todos los que participan de este momento único.