O presente relato etnográfico visa compreender o uso da palavra “assédio” na campanha “meu primeiro assédio" que denunciou como mulheres estão expostas à violência de gênero desde muito cedo. Como a campanha aconteceu nas mídias sociais, sobretudo no Twitter, o texto também considera as interfaces entre gênero, mídias e feminismos. Partindo do entendimento de que assim como “mulher” é uma categoria relacional (que só faz sentido em seu contexto) também compreendo que as nomenclaturas de violência sexual, como “assédio” também são. Deste modo, a etnografia conclui que os diferentes contextos produzem diferentes entendimentos sobre a violência e diferentes qualificações de sujeitos. As mídias sociais então aparecem como uma ambientação específica para que certas relações sejam percebidas enquanto violência.
This research aims to understand the use of the term "harassment" in the campaign “first harassment” that disclosed how women are exposed to gender violence at an early age. As the campaign took place on social media, especially on Twitter, the text also considers the interfaces between gender, medium and feminisms. Based on the approach that as "woman" is a relational category (which only makes sense in context), so are classifications of sexual violence as "harassment". In this sense, ethnography concludes that different contexts produce different understandings about violence and different qualifications of subjects. Social media then appears as a specific setting for certain relationships to be perceived as violence.