Este trabalho tem como objetivo investigar a mobilização política dos marinheiros da Marinha de Guerra do Brasil que atuaram no contexto da Guerra da Coreia (1950-1953), quando se debatia no país, se o Brasil deveria participar do conflito asiático. Esta abordagem tem como ponto de partida o pós-guerra e o desencadeamento da Guerra Fria, momento em que este confronto ideológico e multifacetado politicamente ganha contornos de um conflito entre capitalismo x comunismo, e que na ocasião esteve próximo de uma guerra nuclear. Se o perigo comunista havia sido a justificativa do presidente Getúlio Vargas para instaurar a ditadura do Estado Novo; na Guerra da Coreia, o inimigo continuava sendo o mesmo, mas agora na península coreana em que se confrontavam militarmente o norte comunista e o sul capitalista. Esta abordagem tem como objetivo central verificar a hipótese de que um grupo de marinheiros de esquerda e muitos deles pertencentes ao Antimil (Setor Militar do PCB) atuaram e desenvolveram sua ação política com a finalidade de impedir que o governo brasileiro enviasse uma força expedicionária para combater na Guerra da Coreia. Em suma, buscaremos entender o processo de luta e mobilização bem como o mecanismo de repressão institucional que se abateu contra os marinheiros na Marinha de Guerra Brasileira, assim como analisar as graves violações aos direitos humanos que lhes foi infligidas como desdobramento de seu posicionamento político da não-participação das Forças Armadas na Guerra da Coreia.
This work aims to investigate the political mobilization of Brazilian Navy Marines who worked in the context of the Korean War (1950-1953), when Brazil was debating whether Brazil should participate in the Asian conflict. This approach has as its starting point the postwar and the unleashing of the Cold War, when this ideological and multifaceted confrontation politically gains contours of a conflict between capitalism and communism, and which at the time was close to a nuclear war. If the Communist danger had been the justification of President Getúlio Vargas to establish the Estado Novo dictatorship; in the Korean War the enemy remained the same, but now on the Korean peninsula in which the communist north and the capitalist south were confronted militarily. The main objective of this approach is to verify the hypothesis that a group of left-wing sailors and many of them belonging to the Antimil (Military Sector of the PCB) acted and developed their political action in order to prevent the Brazilian government from sending an expeditionary force to fight in the Korean War. In short, we will try to understand the process of struggle and mobilization, as well as the mechanism of institutional repression that attacked the sailors in the Brazilian Navy, as well as to analyze the serious violations of human rights inflicted on them as a result of their political positioning. non-participation of the Armed Forces in the Korean War.