A exploração dos recursos ambientais desgasta a paisagem ao gerar impactos que causam a sua degradação. O conhecimento da fragilidade natural de um local permite avaliar os riscos de degradação que um ambiente pode sofrer e também possibilita conhecer o grau de tolerância que determinado ambiente pode suportar. O Estado do Rio Grande do Sul está constituído pelas províncias geomorfológicas denominadas por Ross (2005) como Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, Depressão Periférica Sul-rio-grandense, Planalto Sul-rio-grandense, Planície das Lagoas dos Patos e Mirim. Com esse conjunto o território gaúcho apresenta variadas formas de relevo e diferentes tipos de solos convergindo para diferentes graus de fragilidade. Nessa perspectiva o trabalho tem como objetivo a determinação e o registro cartográfico, no estado do Rio Grande do Sul, de áreas com diferentes graus de fragilidade natural a partir da conformação topográfica dada pelo modelado do relevo. Os procedimentos metodológicos estiveram baseados na concepção da EUPS (Equação Universal de Perdas de Solo) tomando-se como referência o fator topográfico (LS) através do levantamento do modelado do relevo, obtido a partir da metodologia proposta por Ross (1994). O fator K (erodibilidade do solo) teve como referência o levantamento de reconhecimento dos solos do Estado (Brasil, 1973). O fator R (erosividade da chuva) foi considerado como uma variável constante. Foram omitidos os fatores considerados atenuantes, (C, P) uso da terra e práticas de manejo. O levantamento do potencial de fragilidade natural foi obtido em ambiente de SIG (Sistema de Informações Geográficas) através do cruzamento do mapa de modelado do relevo e do mapa de solos. As classes para definição do potencial de fragilidade natural foram agrupadas através da técnica do desvio quartílico (Gerardi & Silva, 1981). Os resultados obtidos mostram o predomínio do modelado do relevo com dissecação fraca no Estado, principalmente na porção norte (Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná) e ocorrências significativas no sudeste (Planalto Sul-rio-grandense). A dissecação média mostra-se predominante no Planalto Sul-rio-grandense. A dissecação forte e muito forte tem predomínio na região nordeste do Estado (Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná). As áreas de aplanamento situam-se na região oeste do Estado (Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná) e as áreas de acumulação predominam na Depressão Periférica Sul-rio-grandense e Planície das Lagoas dos Patos e Mirim. O mapa obtido, considerando-se a escala de trabalho adotada, mostra a relação do modelado do relevo com as províncias geomorfológicas. O potencial de fragilidade, expresso na distribuição geográfica das províncias geomorfológicas, ilustra os distintos graus de fragilidade natural no Rio Grande do Sul. Palavras-chaves: paisagem; modelado do relevo; erosão; solos.