O presente artigo procura analisar três maneiras pelas quais a figura da casa é representada na versão cinematográfica de 2005 da obra literária Orgulho e Preconceito: como espaço de confinamento, como personagem e como espaço idealizado de afeto. Para servir de amparo à análise dessa adaptação de um dos livros de Jane Austen, utilizamos as teorias do cinema e da cultura de massa e as teorias feministas. Pousar o olhar sobre a linguagem cinematográfica da obra audiovisual nos permite mostrar como, longe de ser um espaço idealizado e pacificado como o filme tenta fazer transparecer, a figura da casa tem escamoteados todos os outros sentidos e significados que possui na narrativa e, especialmente, na história de vida da das personagens femininas, para oferecer um reforço ficcional à visão patriarcal da casa como único espaço permitido à heroÃna, que tem permissão para transitar em espaços muito distintos daqueles percorridos pelo herói masculino.