Estudou-se a interação entre empresas de teleatendimento ("telemarketing"), órgãos públicos interessados em saúde dos trabalhadores, assessorados por pesquisadores universitários, e entidade sindical de telefonistas, apresentando o descompasso entre as medidas tomadas pelas empresas para enfrentar os problemas de saúde dos trabalhadores e a realidade do trabalho. Partindo das manifestações desses atores em inquérito do Ministério Público do Trabalho e de estudos bibliográficos sobre o adoecimento de teleatendentes, analisam-se as posições das empresas em relação aos riscos gerados pelo trabalho em teleatendimento. Conclui-se, baseando-se nas manifestações empresariais, que existe uma posição de negação dos fatores de risco para adoecimento ocupacional dos teleatendentes e, ao mesmo tempo, de enfrentamento das exigências do setor público de proteção ao trabalho, evidenciando insuficiência das ações dos trabalhadores e limites do poder público nesse campo.
This article studies the interaction between telemarketing companies, government bodies concerned with worker health (assisted by university researchers) and a union of telephone operators. It reveals a gap between the measures companies take to face their workers' health problems and the reality of this work. Using the statements of these actors in a Public Prosecution Service Inquiry on Labor, as well as the results of bibliographic research on telemarketing operators falling ill, we studied the position adopted by companies vis-Ã -vis the risks associated with telemarketing work. We concluded, based on the companies' declarations, that they adopt a position of denial of the risk factors that cause telemarketing operators to fall ill, while confronting the government's labor protection requirements, which evidences the insufficiency of the workers' actions and the limitations of government power in this field.
El artÃculo estudia las actitudes de empresas del sector de 'telemarketing' respecto a las condiciones de salud y trabajo de sus empleados frente a demandas sindicales y acciones del poder publico. El análisis del trabajo presenta evidencias de los riesgos originados en la actividad de telemarketing, en contraposición a las empresas que desvalorizan las quejas de los trabajadores. Es posible concluir, de acuerdo con las manifestaciones empresariales, que existe una posición de negación de los factores de riesgo de enfermedades ocupacionales de los trabajadores de telemarketing y, al mismo tiempo, de enfrentamiento a las exigencias del sector publico de protección al trabajo, lo que demuestra acciones insuficientes de parte de los trabajadores y las limitaciones del poder publico en el campo de la salud de los trabajadores.