O presente trabalho tem por objetivo investigar o tratamento dado pelos compêndios gramaticais normativos e descritivos ao aspecto habitual. O aspecto habitual pressupõe uma iteração mais ou menos regular de uma situação, de tal modo que o hábito resultante é considerado como uma propriedade de caracterização de uma dada entidade. No português do Brasil, o aspecto habitual pode ser expresso pelas formas verbais de pretérito imperfeito (PI) e de pretérito perfeito (PP), no entanto, cada forma está associada a contextos de uso específicos (BARRETO; FREITAG, 2014). A análise proposta restringe-se ao estudo dos seguintes compêndios gramaticais: Said Ali (1971), Coutinho (1982), Mateus et al. (1983), Neves (2000), Terra e Nicola (2004), Bechara (2006; 2009), Cunha e Cintra (2008), Cereja e Magalhães (2008), Perini (2010), Castilho (2010). Os resultados evidenciam que, na maioria das gramáticas consultadas, os autores ainda não apresentam uma sistematização dos usos do aspecto habitual nem da categoria de aspecto, e, quando tratam, não aprofundam muito nas noções semântico-discursivas envolvidas na leitura do aspecto habitual.
In this study, we aim to investigate the treatment of habitual aspect in different types of grammars In Portuguese: standard grammars, descriptive grammars and textbooks. Habitual aspect refers to a more or less regular iteration of a situation such that the resulting is considered as a characterization of the property of a given entity. In Brazilian Portuguese, habitual aspect can be expressed by pretérito imperfeito (PI) and pretérito perfeito(PP) tenses, however, each form is associated with specific contexts of use (BARRETO; FREITAG, 2014). Analysis focuses to the following grammars: Said Ali (1971), Coutinho (1982), Mateus et al. (1983), Neves (2000), Terra and Nicola (2004), Bechara (2006; 2009), Cunha and Cintra (2008), Cereja and Magalhães(2008), Per ini (2010 ) and Castilho (2010). The results show that in most of the surveyed grammars, the authors do not present a systematization of the habitual aspect of the uses or the aspect category, and when they deal, they do not detail the semantic - discursive notions involved in reading the habitual aspect .