O Brasil, após a queda do muro de Berlim, tem centrado esforços para desenvolver
uma polÃtica de prestÃgio que se contraponha à polÃtica neoliberal do
Norte. Não obstante, o paÃs tem buscado firmar liderança na sua região, além de
ter definido em sua agenda externa a aproximação, sustentada no diálogo e na cooperação,
com os paÃses árabes, latino-americanos e africanos. Ademais, tem pleiteado
incisivamente a reforma do Conselho de Segurança da ONU, argumentando
que esse espaço deve corresponder a uma nova ordem que implica na participação
mais ativa dos paÃses em desenvolvimento, não se eximindo também de eliminar
as desigualdades entre estes e os paÃses industrializados. Dessa forma, o Brasil projeta-
se como um mediador nas relações Norte-Sul, buscando sempre afirmar a soberania
das nações. Em abril de 2004, aceitou liderar a Missão das Nações Unidas
para a Estabilização do Haiti (Minustah), oportunidade que tem permitido ao paÃs
aplicar a sua polÃtica pacifista e de mediação. Nesse sentido, adotando a Minustah
como estudo de caso, o presente artigo tem por objetivo analisar se a atuação brasileira
frente a essa operação de paz condiz com seu discurso de não ingerência e
não indiferença e, por fim, levantar questões que podem decorrer dessa atuação.