Neste trabalho, nos interessa problematizar o processo de produção das informações que circulam socialmente sobre uma “epidemia de crack” à luz da sensação de medo sugerida nos relatos da imprensa. O ponto de partida é que tais narrativas, num processo de conexão com o imaginário social brasileiro, promovem um diálogo tenso e intenso entre passado e presente, com a evocação de cadeias de significados. Com esta perspectiva, partiremos do recorte em torno de uma dada definição de imaginário, que será tomada como eixo analítico central, para, em seguida, evidenciarmos sua interação com a memória e com as sensações, estas utilizadas como dispositivos presentes na enunciação. Por fim, buscaremos apontar como tal processo acaba redundando em determinados tipos de saber sobre as drogas que produzem efeitos repressivos.